HIPOTIREOIDISMO EM CÃES E PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS
Há 20 anos quando só se pensava em letargia e apatia como alterações
comportamentais do Hipotireoidismo.
Atualmente um acúmulo de evidências e vários estudos mostarm diversas
alterações comportamentais que podem estar relacionadas com a doença.
Em humanos várias disfunções neurológicas e psiquiátricas já foram
relacionadas ao Hipotireoidismo, inclusive perda de memória, baixa concentração, ansiedade, depressão e psicose. Estas alterações são resultado de alterações na expressão de neurotransmissores, neuromoduladores e fatores de crescimento associadas à disfunção tireoidiana. Em cães temos relatos de diversas alterações como agressividade, timidez, medo, excitabilidade, passividade, irritabilidade, temperamento instável, etc..
FILHOTES E JOVENS
A doença pode afetar o comportamento já quando o cão é muito jovem. Em geral um filhote que previamente apresentava comportamento normal apresenta uma “transformação” ao chegar à puberdade ou um pouco depois. As principais manifestações associadas são:
- vocalizações constantes (ganidos e choros);
- comportamento esquizoide (alterações bruscas de humor e comportamentos);
- medo de estranhos;
- desorientação;
- dificuldade de aprendizado (diminuição da capacidade de concentração);
- hiperatividade
- ansiedade de separação;
- agressividade (inclusive contra cães desconhecidos)
ADULTOS
- agressividade;
- convulsões;
- desorientação;
- mudanças de humor;
- hiperatividade;
- falta de atenção;
- depressão;
- medo e fobias;
- ansiedade;
- passividade;
- comportamentos compulsivos;
- irritabilidade
Estas manifestações são episódicas e os cães os manifestam como se em um estado de transe, do qual saem sem aparente lembrança do ocorrido.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de Hipotireoidismo apresenta desafios e deve ser realizado pelo profissional mais habilitado – o Médico Veterinário Endocrinologista. O T4 total não é o exame mais adequado e sofre flutuações por uma série de razões (inclusive temos muitos cães erroneamente diagnosticados e tratados). Dependendo da idade do paciente e as manifestações que apresenta os exames devem compreender um painel tireoidiano onde se avalia o T4 livre (por diálise de equilíbrio) o TSH e os anticorpos antitireoglobulina – estes exames devem ser avaliados pelo Endocrinologista para o correto diagnóstico e tratamento.